Os meus olhos estavam vermelhos, meu cabelo bagunçado e o meu coração palpitava em meu peito como se estivesse dando uma resposta calma à todo o caos que havia instalado em mim.
Inspira.
Solta.
E no meio dos soluços, eu pensava em não enlouquecer ao som das vozes que ecoavam em minha cabeça e me diziam que tudo seria mais fácil se eu não estivesse aqui.
Então, eu respiro.
E penso novamente no turbilhão de coisas incríveis que já aconteceram comigo quando eu menos esperava.
"Cuidado", eu dizia à mim mesma quando eu criava expectativas demais ou via os sinais que eu procurava ter. "O destino prega peças, as coisas acontecem quando têm que acontecer", era o que minha consciência me dizia sem parar enquanto eu sonhava. E meu pai, uma vez, me disse que deveria deixar meus sonhos de lado e me permitir realizá-los.
Inspira.
Solta.
E novamente eu sentia meu coração batendo no meu peito. As vozes em minha cabeça me diziam que havia uma forma fácil de eliminar toda essa dor. E eu tremia, como se eu estivesse no meio de uma nevasca forte. Essa era a outra amiga da voz. A segunda voz. Ela me fazia pensar que tudo sempre dava errado comigo e que nada daria certo porque eu era eu. "Porque você ainda tá aqui?" , me dizia essa voz.
E então, eu solto o ar preso em mim.
E parece o fim do mundo.
Mas é o fim de um dia.
E eu continuo respirando.
Porque depois desse dia, tem o próximo. E eu vou me acalmando e os tremores ficam mais intensos a medida que as lágrimas secam e eu respiro fundo.
"Porque eu quero estar aqui. Porque depois do hoje tem o amanhã. Porque eu aprendi que nenhuma tempestade dura pra sempre e que depois dela surge um lindo arco-íris.".
E eu vou sobreviver.
Por mais um dia.
E depois dele vem o próximo. E o próximo. E o próximo.
E assim, eu vou indo. Até que faça sol e tudo o que eu sinta é luz.
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